quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Anjos Caídos - Capitulo 3: Uma surpresa terrivel

Eu estava no bosque que havia perto da minha casa. Subi numa arvore e fiquei lá, vendo o rio, o céu, o lugar. O dia estava lindo. Comecei a prestar atenção no som do local, e percebi que tinha dois garotos rindo, mas eu não conseguia enxerga-los. Procurei ignorar, e me encostei na arvore novamente, fechei os olhos e fiquei lá, relaxando. 
Alguma coisa bateu em mim, e eu cai da arvore. Aquilo ia deixar minha testa roxa, eu tinha certeza. Meu pulso estava doendo, devia ser por que eu havia me apoiado no chão.  Comecei a olhar por tudo, procurando o que poderia ter me acertado, até que eu vi uma bola de futebol indo em direção ao rio. Sai correndo pra pegar a bola. Meu pulso doía, eu queria chorar. Me agarrei na bola e sentei na beira do rio. Escutei passos, devia ser um dos garotos que chutou aquela bola. Me recusei a olhar pra ver quem ou o que era.



Já estava escuro, eu estava esperando por Matthew no mesmo lugar do dia anterior, que parecia levar séculos para chegar. Eu estava pensando em ir embora, quando ele chegou com duas maletas, bem estreitas, porem longas. 
Matthew: Tive que passar em casa pra pegar umas coisas.
Ele realmente havia me dito que treinaríamos outra coisa hoje, mas não havia me dito o que. Fiquei apenas observando-o. Ele colocou as duas maletas no chão e começou a abri-las. Ele tirou um tipo de espada de dentro de cada uma, e me entregou uma delas.
Meiling: O que que eu vou fazer com isso? Sério, eu vou acabar machucando al...
Ele não deixou eu acabar a frase, pois do nada começou a me atacar com a espada que ele segurava, e eu me defendia, quase fui acertada algumas vezes, mas consegui ficar intacta. Até que ele parou
Meiling: IDIOTA! Ta maluco? Quer me matar?
Matthew: Até a algum tempo atrás isso não seria má ideia... Mas não. Você precisar treinar, não é tão ruim quanto eu pensei que fosse. Agora vamos, me ataque.
Comecei a rir.
Meiling: Não obrigada, tenho amor a minha vida.
Matthew: Se você não me atacar, eu te ataco.
Eu preferi atacar. Eu atacava de qualquer jeito, eu nunca havia lutado com espadas. Eu não consegui faze-lo nem ao menos desviar. Ficamos nisso uma meia hora. Eu estava cansando.
Meiling: Desisto.
Sentei no chão e me encostei numa das arvores.
Matthew: Levante-se e repita meus movimentos.
Respirei fundo e fiz o que ele mandou.
Matthew: Ótimo, agora repita esses movimentos.
Ele ficou encostado na arvore observando, enquanto eu fazia o que ele mandava. Resolvi descontrair um pouco, apontei a espada para a garganta dele, eu achei que podia assusta-lo ou coisa do tipo, mas não, ele só começou a rir.
Meiling: Acha mesmo que eu não te atacaria?
Matthew: Sinceramente? Tenho certeza disso.
Tentei pressionar um pouco mais a espada, mas tomando cuidado para não machuca-lo. Fiquei esperando alguma reação, mas a unica que consegui foi de gargalhadas. Desisti, e  resolvi a voltar a praticar o que ele havia mandado. Quando me virei ele me puxou pela cintura, e colocou sua espada no meu pescoço. Fiquei um pouco assustada, realmente não esperava aquilo. 
Matthew: Mas e você?...
Eu procurei não mostrar nenhuma reação
Matthew: Acha que eu... não teria coragem de te machucar?
Ele começou a pressionar a espada no meu pescoço, comecei a ficar um pouco preocupada. Fiquei esperando ele fazer algo, até que ele tirou a espada e me empurro pra frente.
Matthew: Vamos, ultima luta. Quero ver se valeu mesmo a pena tentar te ensinar.
Eu ainda não tinha conseguindo processar tudo o que estava acontecendo, até que ele começou a me atacar, e eu a me defender. Consegui ataca-lo algumas vezes, fazendo-o se mover. O resultado foi bem melhor do que quando começamos tudo isso, mas perdi.
Matthew: É... você deu uma melhorada.
Devolvi a espada pra ele, a qual ele guardou naquela maleta, e me entregou. Olhei pra ele sem entender.
Matthew: Esconda isso na sua casa. Agora essa espada é sua. 
Meiling: Ta falando sério?
Ele concordou com a cabeça, enquanto guardava a dele. De inicio, eu não achei uma boa ideia, mas acabei por concordar. 
Estávamos quase saindo do bosque, quando ele parou na metade do caminho.
Matthew: Mei... ling.
Me virei
Meiling: O que?
Matthew: Quero que use isso.
Ele estava segurando um colar com uma pedra de ametista. Comecei a rir.
Meiling: Roubou as joias da sua mãe, só pode. 
Matthew: Não... Só preciso que use isso, e não ouse tirar.
Nós dois ficamos sérios
Meiling: Por que?
Matthew: Você entenderá sozinha, na hora certa.
Ele colocou o colar em mim, e fomos andando juntos até onde foi possível. Eu estava começando a gostar desses "treinos".



Sábado (três dias depois)

Mi-cha estava curiosa pra saber da onde tirei aquele colar. Eu apenas havia dito que tinha achado enquanto arrumava minhas coisas. Eu não o tirava desde que Matthew me deu. Mas também, desde que Matthew me deu, eu tinha a sensação que algo ruim iria acontecer em breve, só não sabia o que. 
Era meio de tarde, e eu estava sentada numa arvore perto do rio, eu estava lendo Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Era uma tarde linda, e estava bem silenciosa. Eu estava usando uma blusa branca, um shorts bege, e uma sapatilha branca. Escutei passos, e quando olhei para baixo, era Matthew.
Matthew: Sabe o que eu nunca entendi? Como você não tem medo de tudo isso. Creio eu, que qualquer outra pessoa ficaria apavorada. Até por que, minhas asas não são iguais aos contos de fadas...
Sorri. Eu havia acabado de ler uma frase que combinava exatamente com tudo o que ele havia dito.
Meiling: Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado no qual decidimos agir.
Ele pareceu ficar pensativo. Subiu na mesma arvore que eu, ficando de frente pra mim.
Matthew: Não sabia que gostava de ler.
Meiling: Existe muitas coisas sobre mim que você não sabe.
Não sei por que, mas comecei a relembrar algumas coisas que haviam acontecido comigo quando eu era pequena.
Matthew: Você que pensa.
Fiquei um pouco assustada, o que ele poderia saber afinal? A não ser que fosse ele que... Não. Aquele homem era muito mais velho. Matthew tinha a minha idade. 
Comecei a pensar na Mi-cha, ela estava realmente animada com esse tal de Angelo.
Matthew: Está pensando na Mi-cha de novo, não é?
Eu já havia contado tudo pra ele. Concordei com a cabeça
Matthew: Você devia parar de se preocupar.
Meiling: Eu sei, mas...
De repente, foi como se tudo ficasse escuro, como se as partes azuis dos meus olhos também tivessem ficado pretas. A unica coisa que eu podia ver era um beco. Eu conseguia escutar alguém gritando, provavelmente chorando. Era uma voz feminina, que vinha daquele beco, mas eu não sabia de quem, eu não sabia o que estava acontecendo. Desisti de tentar ver alguma coisa, e procurei me concentrar na voz. Era a voz de Mi-cha. Do nada, tudo voltou ao normal.
Matthew: MEI! Você está bem?
Meiling: Eu sim, mas Mi-cha não.
Eu estava com uma expressão preocupada, e depois que eu disse isso, Matthew ficou com uma expressão um pouco assustada, mas ele devia saber o que estava acontecendo.



Eu estava jogando futebol com meu melhor amigo, no bosque perto da minha casa. Aquele foi um dos dias mais divertidos da minha infância, eu acho. Eu nunca vi alguém chutar uma bola tão forte. Ela foi parar praticamente do outro lado do bosque, e eu tive que buscar. Quando eu cheguei, havia uma menina que parecia ter a nossa idade, agarrada na bola, e sentada na beira do rio. Ela parecia não ter notado a minha presença. Eu senti que conhecia aquela garota, só não me lembrava da onde. Procurei me aproximar para ver melhor seu rosto. Era a garota que meu pai havia salvo aquele dia. 
Matthew: Com licença...
Ela me ignorou.
Matthew: Pode devolver essa bola pra mim?
Pude notar que ela concordou com a cabeça, e em seguida, se levantou e jogou a bola pra mim, mas não me olhava. O cabelo tampava seus olhos, mas eu tinha quase certeza que ela estava chorando.




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