quinta-feira, 7 de março de 2013

Anjos Caídos - Capitulo 5: Uma semana.

Eu estava atravessando a rua, o sinal para pedestres estava quase fechando, e a rua estava movimentada mesmo sendo noite. Só tinha apenas eu e outras duas garotas de aparência de uns 20 anos, que também estavam atravessando, só que ao contrario de mim, elas pareciam desfilar na faixa de pedestre, e os carros buzinavam. Eu só não sabia dizer se estavam buzinando para elas se apressarem ou por que os motoristas estavam "seduzidos" com as moças. Eu estava com pressa, sabia que se demorasse muito os motoristas chegavam perto de atropelar as pessoas, não importando quem fosse. Já tinha visto isso acontecer com outras pessoas. Eu não podia passar na frente delas, parecia que elas faziam de proposito. Quando elas estavam chegando na calçada, escutei uma delas dizer
Garota 1: AI MEU DEUS! EU ESQUECI! VEM COMIGO BUSCAR!
E ela puxou a amiga pelo braço e saiu correndo com ela. Eu tentei me afastar para não ser empurrada, mas só consegui isso até o meio da rua.
Garota 1: Sai da frente. Pirralha chata.
Ela me empurrou, não sei se foi intencional ou não, só sei que eu cai no meio da rua. O sinal estava aberto para os carros. Quando eu consegui me levantar percebi que tinha um carro que parecia vir em minha direção. Pessoas que nunca passaram por situações assim apenas dizem "é só correr", mas não é assim. Eu fiquei congelada, mesmo sabendo que devia correr, não conseguia. Era o medo, o nervosismo. Antes de eu ser atropelada, alguém me empurrou, e o carro passou do meu lado, mas logo em seguida senti eu ser puxada pelo braço, para a calçada.
Meiling: Obriga...
Olhei para os lados, mas não tinha ninguém. Não consegui descobrir se era homem ou mulher, criança, adulto, adolescente. Não descobri mesmo. 
Olhei para frente, e do outro lado da rua, na outra calçada, estava aquelas duas garotas que haviam me empurrado. Elas estavam me encarando e rindo, alguns segundos depois elas se viraram e foram pra algum lugar. Eu também me virei, e fui pra minha casa.



Já havia passado uma semana desde que Mi-cha foi atacada, desde que Matthew me contou.
Eu estava acordada devia fazer uma hora e meia, mas eu estava com muita preguiça de sair da cama. Comecei a relembrar a semana inteira, desde o ultimo domingo. Mi-cha foi atacada por Angelo, que na verdade era Azazel, que tem uns trocentos anos, que queria um pedaço da minha alma, que tem o Matthew como servo. 
Comecei a relembrar o momento em que Matthew me contou.
"Matthew: Aquele cara que atacou você, que atacou Mi-cha, se chama Azazel.
Ele me deu uma encarada rápida  para saber se eu estava prestando atenção. Continuei  concordando com a cabeça e comendo.
Matthew: E podemos dizer que... eu seja um servo dele.
Me engasguei. Eu fiquei com os olhos arregalados. 
Matthew: Mei, se acalme.
Me levantei.
Meiling: ME ACALMAR? COMO VOCÊ QUER QUE EU ME ACALME? VOCÊ SERVE O CARA QUE QUASE MATOU MINHA MELHOR AMIGA? QUAL O SEU PROBLEMA?
Lagrimas começaram a encher os meus olhos. 
Matthew: SÓ CONFIE EM MIM.
Ficamos em silencio por um momento. Falei num sussurro, pra mim mesma
Meiling: E como que eu vou fazer isso?
Abaixei a cabeça. Uma lagrima começou a escorrer pelo meu rosto, e com a delicadeza de um verdadeiro anjo, ele me fez olhar para ele, e enxugou minha lagrima.
Matthew: Tente."
Peguei um travesseiro que estava do meu lado, e o coloquei sobre a minha cabeça. Fiquei assim alguns segundos. Falei para mim mesma
Meiling: Ok, no três eu levanto.
Respirei fundo.
Meiling: Um... dois...
Respirei fundo novamente
Meiling: Dois e meio...
Fiquei pensando um pouco, virei pro lado, me abraçando no travesseiro e desistindo da minha estrategia para levantar.
Meiling: Deixa quieto isso ai.
Fiquei na cama por mais uma meia hora e levantei. Tomei um banho e coloquei meu pijama novamente. Não pretendia sair de casa. Sentei numa das cadeiras que eu havia colocado na sacada a pouco tempo, e fiquei lá. 
Escutei algo caindo, resolvi sair para ver o que era. Parecia ser um presente, mas não consegui distinguir o que era. Era pra mim. Peguei e voltei para minha sacada. Antes de abrir, fiquei tocando a embalagem, tentando descobrir o que era, mas não consegui. Abri de uma vez, era um livro e uma carta. Era do Matthew. Deixei o livro de lado e abri a carta. Comecei a ler.
"Eu dividi o livro em 3 capítulos: Fácil, médio, difícil. O fácil fala sobre os elementos, e como mistura-los. Quero que aprenda o básico do fogo, água, terra, e ar. Tente não cometer um incêndio, nem um terremoto, furacão ou tsunami. Também não tente praticar algum feitiço que seja complicado demais, ou de qualquer outro capitulo. Tenha um bom treino.
Obs: Tente não morrer, e nem matar alguém."
Meiling: Haha. Muito engraçado.
Coloquei a carta no colo e peguei o livro. Primeiro comecei a analisar a capa. Era bem detalhada, e parecia ser de tecido. O livro tinha um tipo de fechadura, parecia um pedaço de tecido que vinha da contra capa até a capa, e se prendia numa ametista
Resolvi ir trocar de roupa, para ir treinar no bosque. Coloquei uma bermuda clara, uma blusa e um all star estampado. Era uma roupa confortável. 
Peguei o livro, tranquei a casa, e resolvi ir voando até o bosque. Eu precisava treinar meu voo de uma maneira ou de outra. 
Quando eu cheguei num lugar que eu tinha certeza que ninguém iria me ver, pousei e escondi minhas asas. Subi numa arvore e coloquei o livro no colo. Aquela ametista estava mais brilhante do que antes, e parecia que meu colar também. Tentei abrir o livro de todas as maneiras, mas não consegui. Virei o livro, e comecei a analisar a contra capa dele. Também tinha uma ametista, que segurava a tira de tecido do outro lado do livro, porem, essa não brilhava. Estava escura, quase sem cor. Eu ia tocar na ametista escura, mas quando eu aproximei meus dedos dela, era como se eu tivesse levado um pequeno choque. Resolvi tentar de novo, quando eu toquei na ametista, parecia que tinha uma troca de raios entre a pedra do livro e a pedra do meu colar. Acabei levando um super choque, e acabei caindo da arvore. Me levantei, e quando eu ia pegar o livro, fui atingida pelo raio da ametista escura do livro de novo, a qual estava começando a brilhar. Dessa vez fui jogada para longe. Eu não conseguia aceitar o fato que uma pedra era mais forte do que eu. Resolvi tirar o colar e coloca-lo no bolso. Consegui me aproximar do livro, e tocar as pedras sem ser atacada, mas ainda não conseguia abrir. Eu sentei no chão, com o livro entre as pernas. Tirei o colar do bolso e fiquei analisando-o. Coloquei o colar em cima da capa do livro, e a ametista da capa o puxou, fazendo parecer as duas pedras eram apenas uma. Um clarão surgiu, e eu fui lançada para longe, de novo. Quando consegui me levantar, vi o livro aberto e o colar no meio dele. Finalmente.
Meiling: Já tava na hora.
Me levantei e fui até onde o livro e o colar estavam. Peguei o colar e o coloquei no meu pescoço novamente, mas quando eu ia pegar o livro, alguém pegou antes.
Alguém: Livro interessante.
Me levantei, e esse alguém sorriu pra mim. Era um homem, ele tinha cabelos um pouco mais comprido do que o normal, para um homem. Ele usava roupas... interessantes. 
Eu ia pegar o livro dele, mas ele deu um passo pra trás, e escondeu o livro em suas costas. Eu estava perdendo a paciência.
Meiling: Poderia me devolver? Por favor?
Ele sorriu. Tirou a mão com o livro de suas costas, apontando-o para mim, como se fosse me entregar. 
Alguém: Mas é claro que...
Eu ia pegar o livro
Alguém: não.
Ele saiu correndo, mais rápido que uma pessoa normal. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi que ele também podia executar os feitiços que tinha no livro.
Eu fiz com que minhas asas aparecessem, fui voando baixo, quando encostando no chão, tentei segui-lo, mas o perdi de vista pouco tempo depois. 
Meiling: Agora sim, Matthew vai me matar.
Respirei fundo, escondi minhas asas e voltei a pé pra casa. Coloquei meu pijama novamente, e voltei pra sacada. A carta ainda estava no mesmo lugar que eu deixei. Eu a peguei e sentei no mesmo lugar que eu havia sentado de manhã.
Meiling: Droga.
Me encostei na cadeira, fechando os olhos e suspirando.
Matthew: Aconteceu alguma coisa?
Eu levei um susto. Ele estava sentado na outra cadeira, exatamente na minha frente. Eu não o havia visto ali.
Meiling: Desde quando você está ai?
Matthew: Quando eu cheguei você não estava. Cade o livro? Treinou?
Eu já tinha me esquecido.
Meiling: Sobre isso...



Eu e minha mãe estávamos voltando de uma pizzaria. Foi um dia bem divertido. Uma garota que devia ter a minha idade passou as pressas pela gente. Pude reconhecer aquele cabelo. Eu estranhei, mas ignorei.
Eu e minha mãe íamos atravessar a rua, mas minha mãe disse que não daria tempo, então ficamos esperando o sinal abrir e fechar de novo. O sinaleiro marcava o tempo, e faltava uns cinco segundos para o sinal abrir para os carros. Tinha duas garotas mais velhas, na frente da menina. Elas andavam como se estivessem passeando, e a menina estava ficando impaciente. Faltava um segundo, e uma das garotas puxou a outra pelo braço, a menina tentou desviar delas, mas elas a levaram praticamente pro meio da rua e depois a empurraram, fazendo-a cair. As duas saíram rindo. Percebi que um carro estava indo em direção a ela. Eu ia sair correndo até a menina para ajuda-la, mas minha mãe me segurou pelo pulso. A menina conseguiu se levantar, mas o carro estava chegando cada vez mais perto. Ela aparentemente ficou nervosa demais, pois não saia do lugar. Eu consegui fazer com minha me soltasse, e fui correndo até a menina. Eu a empurrei e ela saiu da mira do carro, o qual passou bem perto dela. Em seguida a puxei pelo braço, antes que ela corresse o risco de ser atropelada de novo. O sinaleiro fechou para os carros novamente, e minha mãe veio até mim. A menina não me viu. Eu e minha mãe continuamos nosso caminho, rindo. Quando cheguei em casa levei um sermão, mas pelo menos a garota não tinha se machucado.


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