sexta-feira, 10 de maio de 2013

Anjos Caídos - Capitulo 11: NÃO!

Era hora do intervalo. Eu estava no fundo da sala com Mi-cha e outras amigas dela, mas como nunca nos entendemos, fiquei apenas escutando a conversa, sentada numa das mesas do canto. Comecei a observar a sala, os meninos tinham conversas bem interessantes. Percebi que no outro lado da sala, bem no canto, quase escondido pelo armário que usávamos para guardar nossos projetos, estava Matthew, lendo um livro. Não consegui descobrir o titulo, mas fazia dias que ele estava lendo. Parecia ser  um livro interessante.


Fazia dois meses que estávamos acampando naquele lugar. Treinávamos das seis horas da manhã até o meio dia. Do meio dia a uma hora era uma pausa para comermos, e voltávamos a treinar de uma hora a cinco horas. Eram um total de onze horas por dias.
Mi-cha parecia uma ninja. Mesmo ela tendo mudado muito durante todo esse tempo, eu sabia que dentro da forte mulher que ela aparentava ser, ela continuava sendo aquela garota inocente que ela sempre foi.
Eu aprendi muitos feitiços, e consegui aprimorar meus golpes. Estava sendo muito cansativo.
Acordei pouco antes de Mi-cha. Matthew estava guardando sua barraca.
Meiling: O que está fazendo?
Matthew: Vamos para um outro lugar. 
Meiling: Mas... você disse que aqui era o melhor lugar para ficarmos.
Matthew: Eu não disse que não iremos voltar.
Meiling: Então pra que desmontar tudo?
Matthew: É mais seguro.
Suspirei. Mi-cha estava saindo da barraca.
Meiling: E... pra onde vamos?
Percebi que ele deu um pequeno sorriso.
Matthew: Visitar algumas velhas amigas minhas.
Eu e Mi-cha nos entreolhamos.
Matthew: Façam o mesmo.
Mi-cha: Visitar nossas velhas amigas? Isso não vai dar certo, a Mei...
Dei uma cotovelada em Mi-cha.
Mi-cha: AI!
Matthew começou a rir.
Meiling: Me ajuda a desmontar a barraca de uma vez.
Ela sorriu.
Mi-cha: Tá!
Desmontamos bem rápido. Matthew colocou na mochila dele também.
Todos já estavam bem acordados e dispostos.
Matthew: Vamos.
Pegamos nossas coisas e seguimos Matthew. Passaram umas quatro horas, quando decidimos parar para descansar.
Mi-cha: Falta muito?
Matthew: Já esta cansada?
Mi-cha balançou a cabeça de forma negativa em meio a um sorriso. Como ela conseguia estar sempre feliz?
Depois de tudo o que aconteceu, ela e Matthew ficaram muito próximos, e de certa maneira isso me incomodava. Eu tentava não pensar besteiras, como os dois me escondendo algo. NÃO! Eu não podia estar gostando do Matthew. Nunca. Ele sempre foi um arrogante, principalmente comigo. Só começou a me tratar um pouco melhor depois de tudo isso começar a acontecer, e mesmo assim...
Ficamos descansando por mais meia hora, e então voltamos a caminhar. Já haviam se passado mais algumas horas, quando Matthew parou. Ele começou a analisar o lugar, parecia procurar algo com os olhos. Ele atacou o ar e de repente parecia que estávamos no mesmo lugar, só que mais mágico. Tinha anjos puros e incertos por todo o lado, mas apenas meninas. Havia crianças e adultas. Uma garota que parecia ter a nossa idade começou a berrar quando viu Matthew.
Garota: MAAAAAAAAAAAAAAATTHEW!
Ela saiu correndo até ele. O berro dela chamou a atenção de todas, já que várias outras vieram atrás, formando um circulo em volta dele. Eu e Mi-cha ficamos impressionadas com a fama dele por ali. Resolvemos não atrapalhar e dar uma volta pelo local.
Mi-cha: Parece um lugar de conto de fadas.
Meiling: Realmente.
Todas aquelas garotas realmente eram lindas, e todas andavam com suas asas a mostra. Me senti um pouco estranha ao ver todas elas. Eram tão bonitas, e pareciam saber tanto, enquanto eu... Nem usar meus poderes direito ainda sabia.
Eu e Mi-cha ficamos em pé num canto, esperando Matthew. Percebi que crianças olhavam pra gente e sussurravam e riam. Elas resolveram vir até nós, ou melhor, até Mi-cha.
Uma das crianças: Oi.
Mi-cha sorriu, deixando as garotinhas felizes.
Mi-cha: Oi.
Elas começaram a puxar Mi-cha pela mão. Ela seguiu as crianças. Fiquei sozinha. Me senti um pouco triste. Sentei, me encostando numa arvore e fiquei esperando aquilo acabar. Aquela situação já estava ficando insuportável.
Matthew me pegou olhando para ele e as garotas em sua volta. Desviei o olhar na hora. 
Matthew: Mei!
Me levantei e fui até ele. As garotas abriram caminho. Percebi que elas começaram a sussurrar quando me aproximei, mas uma das falas delas me chamou a atenção.
Uma das garotas: Essa é a Yoko?
Comecei a olhar em volta disfarçadamente, procurando quem havia dito isso, mas não achei.
Meiling: O que foi?
Meus olhos ficaram totalmente negros (incluindo as escleras).
Meiling: Dro... droga.
Comecei a ver e escutar alguma coisa. Eu via aquelas anjos correrem para dentro de cabanas, uma forte ventania começou, e nuvens negras predominavam o céu. Três anjos malignos apareceram do nada. Uma das anjos puros expulsou uma criança da cabana. Ela estava chorando de medo. As mais adultas observavam com decepção, a criança indo até as três mulheres de asas negras. Eu me vi desmaiada, nos braços de Matthew, e Mi-cha do meu lado, junto das varias garotas que seguiam Matthew.
Mi-cha: Mas... o que está acontecendo? O que é isso?
Garota: Toda semana... damos uma de nossas crianças para elas. Foi um acordo para elas deixarem nosso acampamento em paz. Se não... tudo voltaria a ser o caos que era antes deste acordo. Morte para todo o lado, resumidamente.
Mi-cha saiu da cabana correndo e quando se aproximou da criança, a puxou para trás. Ela tentou lutar contra uma dos anjos malignos, mas as outras duas a atacaram na mesma hora. Mi-cha caiu no chão. 
Uma das anjos malignas: Vamos deixar essa passar.
Elas sumiram. Não tinha efeito nem nada. Tudo voltou ao normal, como se nada tivesse acontecido, bom, quase nada. Mi-cha não se moveu. Todas que haviam se escondido saíram correndo até Mi-cha. Matthew estava com os olhos arregalados. Mi-cha estava morta.
Minha visão voltou ao normal. Percebi que estava nos braços de Matthew, e tudo já estava acontecendo. Mi-cha acabara de sair da cabana.


Eu estava sentado no fundo da sala, quase atrás do armário que usávamos para guardar nossos projetos. Estava lendo o livro que havia ganho alguns dias antes. Era a sexta vez que eu o lia. Era realmente muito interessante. Percebi que Meiling estava curiosa em relação a isso, não parava de me olhar. Resolvi ficar esperando ela vir até mim, mesmo achando isso um tanto quanto impossível.


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