quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um novo level - Capitulo 9: Primeiras missões

Luna


Yann: E essas são as missões. 
Estávamos em frente ao castelo de Lumbrigde. Fazia uns seis meses desde que havíamos chego em Guilenor. Decidimos ficar e aproveitar. Mahoma convenceu Scarlet e Sarah a ficarem dizendo que, com o conhecimento que iriamos obter, poderíamos achar algo que nos tirasse de lá. 
Ficamos observando o quadro com algumas ofertas de missões penduradas. Uma caixa estava sob uma mesa logo abaixo do quadro, com mais missões. Eram centenas de folhas, e cada uma era uma missão. Em cada folha, dizia o nome, com quem deveríamos falar para iniciarmos, e tudo o que precisaríamos de início. Quem avaliaria se eramos bons o suficiente para começar, era quem ofereceu a missão. Devíamos retirar a folha do quadro ou da caixa, caso fossemos iniciar, pois a missão só poderia ser feita uma vez.
Yann: Já escolheram?
Nos entreolhamos. Era a primeira vez que iriamos fazer algo novo separados.
Me aproximei do quadro e retirei uma que, a princípio, não parecia ter muito combate envolvido.
Yann: Muito bem, Luna. O cozinheiro de Lumbrigde é uma pessoa legal, você vai se divertir.
Os outros três pegaram folhas do quadro e voltaram para as mesmas posições de antes. Ficaram encarando as folhas.
Yann: O que estão esperando? Vão! 
Continuamos parados.
Yann: Quando terminarem, podem ir para a minha casa. Quero saber como se saíram.
Eu ainda estava me acostumando com a ideia de que eu morava sozinha. Yann havia nos ajudado a ter uma casa própria no nosso segundo mês naquele mundo. Ele estava sendo muito legal conosco, mas confesso que as vezes me perguntava se ele não estava tentando se livrar da gente.
Fui a primeira a sair. 
O Assistente do Mestre-Cuca, pensei. 
Entrei lentamente pela porta do castelo. Estava vazio, até então. Comecei a escutar alguém reclamando, e alguns barulhos de panelas, então segui o som.
Virei o corredor à esquerda, e segui em frente até encontrar uma porta aberta. 
Um homem com uma calça de quadrados brancos e azuis, um avental branco, e um chapéu de chefe, caminhava desesperadamente pela cozinha.
Cozinheiro: O que devo fazer?
Me aproximei
Luna: Você não me parece muito feliz.
Cozinheiro: Não, não estou. O mundo está desmoronando à minha volta. Estou cheio de sentimentos negros de uma maldição iminente.
Comecei a me perguntar se ele iria continuar com o drama por muito tempo.
Luna: O que houve?
Ele pareceu ficar mais desesperado ainda com a minha pergunta.
Cozinheiro: Ai minha nossa! Estou em uma terrível encrenca! Hoje é o aniversário do duque e eu deveria estar fazendo um belo e grande bolo de aniversário usando ingredientes especiais... 
Ele fez uma pausa.
Luna: Mas...?
Cozinheiro: Mas eu esqueci de pegar os ingredientes. Nunca os conseguirei a tempo agora. Ele vai me demitir! O que eu vou fazer? Tenho quatro filhos e um bolo para criar!
Puxa vida, QUATRO?
Ele parecia ter se esquecido do anuncio que colocará no quadro de missões, até que...
Cozinheiro: Você me ajuda? Por favor?
Tenho que admitir, que o drama excessivo do homem me assustou um pouco, a ponto de eu repensar se devia ajudar... mas eu realmente fiquei com pena.
Luna: Mas é claro, fico feliz em ajudar!
Seu humor mudou rapidamente.
Cozinheiro: Ah, obrigado, obrigado! É preciso dizer, entretanto, que esse não é um bolo comum. Somente os melhores ingredientes podem ser usados! Eu preciso de um ovo bem grande e de leite e farinha extra fina!
Que tipo de ovo ele quer, exatamente? É tudo igual...
Luna: E onde é que posso encontrar tudo isso?
A expressão alegre que dominava o rosto do homem se tornou séria de repente.
Cozinheiro: É esse o problema. Eu não sei ao certo. Eu geralmente peço para o meu assistente consegui-los para mim, mas ele se demitiu.
Ele caminhou até uma mesa e começou a escrever num pedaço de papel. Em seguida, me entregou.
Cozinheiro: Aqui. Talvez você possa descobrir mais sobre eles.
No papel, estava escrito o que parecia ser nomes de lugares.
Bom, vamos lá.



Scarlet

O nome da minha missão era "Pacto de Sangue". Parecia que ela começava no cemitério de Lumbrigde, com uma mulher chamada Xênia.
Quando cheguei, havia apenas uma velha. Com exceção dela, o local estava vazio. Me aproximei.
Xênia: Fico feliz que tenha vindo. Preciso de ajuda.
Fiquei surpresa, confesso. Ela foi bem direta.
Xênia tinha cabelos brancos que iam até um pouco abaixo da nuca, e usava uma blusa roxa que ia até os pés. Após chegar na cintura, a parte de cima do visual se dividia em dois, tampando totalmente a parte de trás de suas pernas, dando a impressão que era uma calça, caso as pernas não ficassem juntas. Ela também vestia uma calça cinza e botas marrons comuns.
Scarlet: Como você sabe quem eu sou?
Xênia: Ah... eu tenho minhas maneiras. Tenho a impressão de que tenho que ficar de olho em você. Você pode ser uma heroína um dia.
Eu gostei do elogio.
Scarlet: De que ajuda você precisa?
Xênia: Alguns devotos de Zamorak foram para as catacumbas com uma prisioneira. Não sei o que eles estão planejando, mas com certeza não é um chá da tarde.
Ela fez uma pausa, para saber se eu estava prestando atenção.
Eu sabia que Zamorak era um deus, mas nunca tive paciência o suficiente para saber da história dele ou coisa assim, mas, a primeira impressão que ele me causou até agora não foi muito boa.
Xênia: Eles são três, e eu não sou tão jovem quanto da última vez em que estive aqui. Não quero entrar la sem reforços.
Não precisei pensar duas vezes.
Scarlet: Eu ajudo você.
Ela ficou animada.
Xênia: Sabia que você me ajudaria! Não temos tempo a perder. Desça as escadas primeiro, eu vou atrás de você.
Ela apontou para uma pequena construção, semelhante a uma capela. Me aproximando, vi as escadas e as desci.
Pudemos ouvir uma conversa:
Um homem: Vamos, Kayle! Não podemos esperar para sempre.
Kayle: Tem certeza Reese? Deve haver outro jeito.
Reese: Fizemos um pacto de sangue, Kayle! Nós três estamos juntos nisso até o fim.
Kayle: É, mas...
Uma mulher: Temos que levar essa idiota?
Reese: Sim! Lembre-se do pacto de sangue! Você leu o livro!
Idiota: Me deixe! Eu não fiz pacto de sangue nenhum com...
Reese: Cale-se! Kayle, você fica aqui vigiando a porta. Você, vem comigo.
Escutamos passos de pessoas se afastando, logo em seguida, Xênia sussurrou para mim:
Xênia: Parece que tem um guarda na próxima sala. Eu acho que nós temos chances de derrota-lo. Fale comigo se tiver alguma pergunta.
Em seguida, ela me deu um leve empurrão.
Mal entramos na sala quando Xênia foi acertada por uma flecha. Levei a velha para um canto seguro da sala.
Xênia: Ah... Parece que estou mesmo velha para isso. Você terá que fazer o resto sem mim.
Fiquei feliz. Não por ela ter se machucado, mas por eu poder fazer as coisas do meu jeito.
Xênia: Eu vou com você, mas não entrarei em combate. Me avise se estiver machucada, posso compartilhar comida.
Suspirei e em seguida concordei.
Xênia: Ele está usando uma arma de combate a distancia. Ataque-o diretamente e...
Scarlet: Eu posso lidar com isso.
Ela se calou. Em seguida, fui até o arqueiro inimigo.
Dizer que ele não resistiu bem seria mentira. Pela voz, percebi que aquele era o tal Kayle.
Kayle: Você... você vai me matar?
Sorri, maliciosamente.
Scarlet: Vou. Morra.
Enfiei minha espada em seu coração, e então ele finalmente morreu.
Xênia: Foi uma pena você ter que matar aquele homem... mas não discordo do seu julgamento.
Seguimos em frente.

Mahoma



Fui até a torre dos magos. Ela era realmente linda. Aprendizes e mestres vestidos com túnicas azuis caminhavam por todos os lados.
De acordo com isto... ele está no primeiro andar.
Um comprido feixe de luz se localizava no meio da sala. Pessoas sumiam e apareciam ali. Acabei pensando alto.
Mahoma: O que é isso?...
Uma aprendiz próxima a mim me respondeu.
Aprendiz: É um feixe, ué. Você nunca o usou? Você pode ir para todos os andares da torre com isto.
Fiquei admirado. Em seguida, ela me empurrou para o meio dele, e realmente, fui levado para o primeiro andar.
Alguns estudantes estavam do outro lado do grande lugar ao qual fui levado. Pude ouvir alguém falar consigo mesmo.
Alguém: Minhas esferas! Onde estão minhas esferas?
Olhei para trás, e percebi que a frase vinha de um idoso. Relendo a folha que havia pego algum tempo antes, percebi que aquele era o Mago Mizgog, o homem com quem deveria falar.
Me aproximei, timidamente.
Mahoma: Posso ajudar?
Ele começou a choramingar.
Mizgog: O Mago Grayzag, meu vizinho, decidiu que não gosta de mim por alguma razão, então convocou um exército de milhares de diabinhos. Esses diabinhos roubaram várias coisas minhas. Com a maioria dessas coisas eu não me importo muito, são só ovos, rolos de lã, coisas assim. 
Fiquei esperando ele dizer o real problema.
Mizgog: Mas eles roubaram as minhas esferas mágicas! Tinha uma vermelha, uma amarela, uma preta e uma branca. Esses diabinhos agora estão espalhados por todo o reino. Você poderia recuperar minhas esferas para mim?
Mahoma: Por que não?
Ele ficou feliz.
Mizgog: Você tem que matar quaisquer diabinhos que encontrar e pegar quaisquer esferas que eles largarem.
Mahoma: Pode deixar comigo.
Ele se virou e, ignorando a minha presença, começou a mexer em seu armário. Percebi então que era hora de ir.
Diabinhos. Onde irei encontrar diabinhos?
Caminhei até chegar em Varrock. Parei na magnetita para descansar, quando vi um anão vermelho correndo. Olhando melhor, aquilo não era um anão. Me levantei rapidamente.
Mahoma: DIABINHOOOOOOOOOOOOOO!
Aqueles que passavam ficaram olhando em volta. Não me importei.
Alguém: ONDE? É MEU!
Um garoto que parecia ser mais novo que eu veio correndo em direção ao diabinho, mas antes que ele pudesse fazer algo, consegui matar o animal. Infelizmente, ele não tinha nenhuma "esfera mágica".
Alguém: EU VOU ACHAR TODAS AS ESFERAS E ME TORNAR UM MAGO EXEMPLAR, COMO O MAGO MIZGOG!
Em seguida, o garoto sumiu. Sem efeitos, sem nada. Ele desapareceu. Fiquei olhando para o lugar onde menino estava há poucos segundos. Sem deixar rastros.
Agora, olhando para o lugar onde estava o diabinho, comecei a me arrepender de ter escolhido ajudar o tal Mizgog.
Isso vai ser difícil...


Sarah

Com um pouco dificuldade para achar o lugar, cheguei na Aldeia dos Duendes. Eu devia falar com os generais Verrugoso e Narizcurvo.
Bati na porta. É cada nome...
O que parecia ser um empregado, abriu a porta.
Verrugoso: Melhor armadura verde.
Narizcurvo: Não, não, vermelho toda vez.
Verrugoso: Vai embora, humana. Nós ocupados.
Então por que pediram ajuda?
Sarah: Por que está discutindo sobre a cor de sua armadura?
Narizcurvo: Nós decide celebrar século novo de duende trocando a cor de nossa armadura, tamos cansado do marrom. Queremo uma mudança.
Verrugoso: O problema é que eles querer mudança diferente que nós.
Sarah: Você não preferiria a paz?
Verrugoso: Sim, paz é bom desde que paz esteja usando armadura verde.
Ai meu Deus...
Narizcurvo: Mas, verde muito parecido com pele. Quase te faz parecer pelado.
Ele está certo.
Sarah: Você quer que eu escolha uma cor de armadura para você?
Verrugoso: Sim, contato que escolha verde.
Narizcurvo se irritou.
Narizcurvo: Não! Tem que escolher vermelho!
Sarah: Que tal uma cor diferente? Nem verde, nem vermelho?
Eles pensaram por um instante.
Narizcurvo: Isso quer dizer que mim errado... mas, pelo menos Verrugoso não está certo!
Verrugoso: Mim não sabe como isso é. Temos que ver armadura, ai nós decide.
Narizcurvo: Humana! Você traz armadura com cor nova!
Verrugoso: Que cor experimentamos?
Por um momento, me senti excluída da conversa - que agora já estava mais amigável.
Narizcurvo: Armadura laranja talvez seja bom. 
Verrugoso: Joia, traz armadura laranja.
Apenas afirmei com a cabeça.
Onde que posso conseguir isso?

Scarlet

Tive a impressão que fui a ultima a terminar a missão, pois assim que cheguei na casa de Yann, todos já estavam lá.
Era noite, e eu estava cansada, mas eu sabia que se não passasse ao menos para dizer um oi, iriam atrás de mim.
Satanás veio me atender na porta, e me guiou até a sala de jantar.
Sarah: SCARLET!
Ela se levantou e veio até mim.
Sarah: Por que demorou tanto? Estávamos preocupados.
Mahoma: Nem todos...
Sarah: Fique quieto.
Sarah me guiou até uma das cadeiras.
Luna: Como foi a sua missão?
Scarlet: Fácil demais, na minha opinião.
Percebi que Yann, que estava encostado na porta, me encarava com um olhar desaprovador.
Mahoma: Se foi tão fácil, por que demorou?
Droga.
Scarlet: Fiquei conversando com Xênia.
Luna: Mas o que você teve que fazer?
Scarlet: Salvar uma garota de ser morta por uns zamorakianos...
Yann: Zamorakianos são bem difíceis de lidar, estou surpreso que tenha sido fácil para você.
Sorri em resposta.
Resolvi que era hora de ir embora. 
Me levantei.
Sarah: Onde você vai?
Scarlet: Pra casa.
Sarah: Você nem tocou na comida.
Scarlet: Eu sinto muito. Satanás, me acompanhe até a saída.
O mordomo demônio, que estava no canto da sala nos observando, veio até mim.
Mahoma: Isso, abandone os amigos.
Scarlet: Já pedi desculpas.
Em seguida, sai da sala. Ainda longe, pude ouvir Mahoma falar sobre sua missão.
Mahoma: Diabinhos merecem mesmo esse nome.
Todos riram, menos eu.

Mais tarde, em casa

Demorei para chegar em casa. Ela ficava em Taverley, e mesmo sabendo que poderia ter usado teletransporte, fui andando. Não me sentia bem para usar magia e tinha medo de fazer algo errado. 
Joguei as roupas que vestia fora, já que estavam tão rasgadas que não valia a pena perder tempo arrumando, e seria impossível remover totalmente o sangue que as havia manchado. Vesti novas, e resolvi ir dormir mesmo sem me alimentar. Durante os seis meses, percebi que ninguém usava pijama nesse mundo.
No dia seguinte, iria em busca de mais treinamento. Eu devia melhorar, eu precisava.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um novo level - Capitulo 8: Treinamento

Holstenan

Holstenan: Ok, Sarah, tente usar um pouco mais de força.
Checando seu livro de magia, que, ao contrário do meu, estava numa condição impecável para uma iniciante, ela repetiu o ataque.
Sarah: Aerobala.
O efeito foi o mesmo. 
Holstenan: Tente colocar mais força na voz.
Sarah: Aerobala!
O ataque ficou insignificantemente mais forte, mas era um avanço.
Holstenan: Vamos, todos! Cada um para um boneco de treino!
Eu havia convencido Lady Fúnebre de emprestar seu campo de treinamento em Lumbrigde por alguns dias. Era o lugar perfeito para treinar os quatro. 
Os bonecos de treinamento estavam no centro de um baixo e pequeno palco de madeira em forma de circulo.  Me sentei no andar mais alto da arquibancada, e fiquei observando-os treinar. Comecei a lembrar do dia em que eu havia chego em Guilenor. 

flashback on
Estava jogando futebol no meio da rua com alguns amigos, quando a bola bateu num carro e foi parar na rua atrás da minha casa. Fui buscar enquanto os outros garotos iam se desculpar com o dono do carro em que a bola tinha batido. Percebi que a bola caíra por cima de um muro do que parecia ser uma escola. Vi algumas pedras à direitas, e resolvi subir e pular o muro. Não fazia a minima ideia do que ia fazer pra sair dali mais tarde. Eu era pequeno, talvez uns oito anos. Quando eu peguei a bola, escutei um trovão. Um temporal repentino começou, e sem pensar duas vezes corri para dentro da escola. Andando pelo local abandonado, achei um simples jardim nos fundos, com um rio que parecia estar seco. Olhei para o céu e vi que a chuva já havia parado, deixando apenas nuvens cinzas. Resolvi me aproximar do rio, e então percebi que era apenas um pequeno lago. Parecia ser raso, e me abaixei para tocar a transparente água, poluída apenas por papéis que aparentavam estar lá há um bom tempo.
Estava extremamente fria.
Me assustei com o som de um trovão, e acabei escorregando e caindo na água. Fiquei ensopado. Me levantei para pegar a bola, que havia rolado até o outro lado do jardim, mas um raio atingiu o lago e tudo ficou escuro. 
Engatinhando na escuridão, comecei a sentir uma leve dor na minha perna, provavelmente de alguns raspões próximos ao joelho.
Comecei a ver uma luz, e percebi que aquela era a saída. Um buraco pequeno, mas o suficiente para a passagem de uma pessoa. Quando me aproximei mais da luz, ficou visível uma simples escada. Subi lentamente, meus olhos estavam se acostumando com a forte iluminação solar.
Poucas arvores, e alguns esquilos saltitando pela grama verde estavam a minha frente. Olhei ao redor. Ao meu lado esquerdo, estavam dois rapazes fazendo algo numa parede, e no meu lado direito, um caminho com algumas arvores diferentes e mais alguns esquilos. Escutei uma voz vindo de algum lugar, e então vi um garoto que parecia ter seus quatorze anos se aproximando. Ele falava sozinho, mas parecia estar falando com alguém.  Resolvi chama-lo.
Holstenan: Ei!
Ele continuou andando e falando sozinho. Comecei a segui-lo e continuei a chamar. Ele parou ao lado de uma arvore, dessa vez parecia estar fazendo alguma pergunta. Puxei sua blusa e ele então finalmente notou minha presença. Após isso, ele fez uma pergunta para alguém ou para algo que por um momento pensei que eu estava envolvido.
Ele: Por algum acaso vocês sabem de um menino perdido nos arredores de Faladore? 
Fiquei me perguntando com quem ele falava. Depois de alguns poucos minutos, ele se abaixou e me cumprimentou.
Ele: Oi rapazinho. Como você se chama? Eu me chamo Isdridor.
Holstenan: João. Você pode me ajudar?
Isdridor: Bom, prazer em conhece-lo João. Seu nome é bem diferente, você não é daqui, certo?
Holstenan: Eu não sei que lugar é aqui, onde estamos?
Isdridor sorriu amigavelmente.
Isdridor: Nós estamos em Faladore, em Guilenor. Já ouviu falar?
Fiz um sinal negativo com a cabeça. 
Ele sorriu novamente.
Isdridor: Eu sabia. João, o que acha de eu te apresentar um novo mundo? 
Fiquei em duvida no começo.
Holstenan: Nesse mundo... tem magia?
Isdridor: É claro que sim!
Holstenan: E lutas com robôs? E carros super velozes?
Isdridor: Talvez mas... se você quiser, pode lutar com espadas, é mais divertido.
Fiquei maravilhado.
Isdridor: E... nunca vi um carro mas... suponho que seja um automóvel, certo? Bom, nós temos tapetes voadores!
Holstenan: Como os de Aladim?
Isdridor: Eu não sei quem é Aladim mas...
Ele fez uma pausa.
Isdridor: Sim, são como os de Aladim.
Fiquei animado.
Isdridor: Vamos?
Afirmei.

flashback off

Mais tarde naquele mesmo dia, Isdridor  me levou para conhecer alguns de seus colegas, inclusive Kalestri, que na época tinha treze anos.

flashback on

Kalestri: JOÃO? Que nome horrível!
Meus olhos se encheram de lagrimas.
Kalestri: A partir de hoje, você se chamará Holstenan.

flashback off

Como eu ainda não sabia como as coisas funcionavam, aceitei. Na época, achava que ordens de príncipes e princesas eram leis, não importando a idade. M as na verdade, podia ser ao contrário. Dois anos depois, quando descobri isso, pensei seriamente em ter meu nome original de volta, mas todos já me conheciam por Holstenan. Não valeria a pena.
Uma bola de fogo passou perto do meu rosto, atingindo uma árvore que estava fora da cerca que dividia o campo de treinamento. 
Olhei para o centro, tentando saber quem havia feito aquilo. Obviamente, era Scarlet.
Holstenan: Scarlet, treine apenas o Aerobala por enquanto, certo?
Ela parecia ter ficado irritada.
Scarlet: Tá.
Pude ouvi-la murmurar uma praga após a minha ordem. Suspirei. Garotas.


Yann

Era fim de tarde, e o sol já estava se pondo. Holstenan me acompanhava numa caminhada até minha casa, em Yanille.
Yann: Mas e ai, como foi o treinamento?
Holstenan: Bem interessante... Mahoma não cansa de aprender e está dando o máximo para aperfeiçoar cada detalhe de seus ataques.
Yann: É, eu já percebi que ele está realmente interessado.
Holstenan: Sarah está se esforçando, mas acho que ela gostará mais de treinar o combate corpo a corpo.
Eu já havia notado isso há algum tempo, e ele apenas confirmou minha hipótese sobre Sarah.
Holstenan: Luna é o alvo de provocações de Scarlet, e isso faz com que a menor tente superar a outra, mas, esta ultima desincentiva muito a pequena. Acho que isso afetará sua aprendizagem mais tarde.
Yann: Scarlet tem uma personalidade realmente forte. É incrível a quantidade de vezes que ela e Mahoma discutem por dia.
Holstenan: Ela tentou usar o pirobala quando eu pedi para todos treinarem com aerobala! Ela podia ter cometido um incêndio!
Comecei a rir.
Yann: Não é pra tanto.
Ele repensou suas palavras.
Holstenan: É, você está certo... Mas ela queimou uma arvore!
Continuei a rir.
Holstenan e eu ficamos conversando na frente do portal. Mais tarde, ele resolveu ir embora, sua casa ficava em Taverley, um tanto longe, se ele não pudesse se teleportar.
Entrei no portal e entrei em casa. 
Yann: CHEGUEI!
Mahoma: To aqui!
Após o aviso de Mahoma, ouvi uma risada feminina. Segui a voz e vi ele e Sarah fazendo algo na minha cozinha. Olhei para a mesa, e vi três bolos queimados sobre a mesma.
Suspirei.
Yann: Luna e Scarlet?
Sarah: Scarlet está no quarto, e Luna la em cima.
Resolvi primeiro avisar Luna da minha chegada.
Subi as escadas e segui o som dos leves gritos de força. Luna estava sozinha, com uma espada de madeira no meu ringue, golpeando o ar. 
Ela não notou minha presença, então fiquei observando-a. Obviamente, estava cansada. Por um momento, se ajoelhou no chão e se apoiando na espada, e num sussurro falou para si mesma.
Luna: Eu não sou fraca.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Um novo level - Capitulo 7: Acho que vai levar um tempo

Luna
Percebi que fui a ultima a acordar. Pela claridade que entrava pelas quatro minusculas janelas, devia ser tarde. Com um pouco de preguiça, levantei-me e arrumei a cama da melhor forma possível. A cama improvisada dos outros três estava empilhada num canto do quarto.
Me estiquei um pouco, e então resolvi conhecer a casa. Pelo silêncio, provavelmente estava sozinha. 
Havia duas portas, uma para um jardim dominado por neve, e a outra levava para uma sala com escadas. Resolvi seguir com a segunda opção. No lado esquerdo, perto à porta, havia uma caixa de vidro. Me aproximei e percebi que havia algumas amostras de runas.
Luna: Ar... água, terra e fogo... eu acho.
Dei a volta na escada e percebi que havia uma armadura roxa ali. Tentei adivinhar do que era, mas nada me vinha a mente. Atrás dela, estava uma segunda porta. Olhei pela pequena janela ao seu lado e vi um jardim que parecia tentar imitar uma pequena e simples selva. O que mágica não faz...
Ignorando a porta, vi uma cabeça de um animal estranho empalhada e pendurada na parede. Resolvi tocar, nunca havia visto um animal empalhado. Na verdade, nunca havia visto aquele animal, até agora.
Animal estranho: O que você quer?
Luna: AI MEU DEUS ISSO FALA!
Me afastei rapidamente. A criatura permaneceu em silêncio. 
Passei logo pela porta, que estava aberta, em frente a escada. Era uma cozinha, mas parecia ser daquelas bem antigas, talvez... do século XIX ou XVIII? Não importava, de qualquer forma. Não pretendia cozinhar tão cedo, e muito menos sozinha. 
A próxima porta levava ao que parecia ser a sala de estar. Com três cadeiras, aparentemente bem confortáveis, elas ficavam na frente de uma lareira de pedra. Nas paredes próximas a porta, havia duas estantes com muitos livros. Li alguns nomes, e o tipo de livros ia desde receitas de tortas até manuais de coisas variadas. Nas janelas da sala, haviam cortinas vermelhas, e olhando por elas também descobri um jardim "selvagem".
Passando para outra porta (sim, eu estava evitando os jardins), descobri uma sala de jantar. Uma mesa para oito pessoas. Em uma das paredes, uma lareira de argila, e na outra, um sino.
No próximo comodo, fiquei sem entender o que era, mas logo em seguida percebi que era uma sala para artesanato, mas por ela estar limpa demais, fiquei em duvida se ela era realmente utilizada por alguém naquela casa.
Além da qual eu havia entrado, só havia mais uma porta. A empurrei levemente, e fiquei parada ali mesmo. Senti que não devia entrar. Observei até onde minha visão permitia. Havia uma cama perfeitamente arrumada com cobertas brancas, de casal. De um lado, um armário bem desenhado, e no outro, uma penteadeira. Uma lareira de pedra igual a da sala estava perto do armário e, eu não conseguia ver, mas pelo som, provavelmente havia um relógio por ali. 
Luna: Aqui deve ser o quarto de Yann...
Resolvi voltar para o quarto onde eu estava. Parei na porta entre as escadas e o quarto.
Eu devo ter gritado um tanto alto demais, já que o animal empalhado e o animal que estava ali, parado na minha frente, se viraram para me encarar. Fiquei parada. Não porque eu queria, eu estava com medo daquela criatura. 
Um animal enorme, cinzento, de quatro patas e corcunda, estava me encarando. Seu rosto era demoníaco e parecia que ia me atacar a qualquer instante. 
Escutei passos rápidos vindo da escada e me virei, assustada. Yann apareceu, e em seguida Mahoma, Scarlet e Sarah.
Yann abriu a boca para falar algo, mas fechou e sorriu assim que viu. Caminhou calmamente até o animal e, abrindo a porta que levava para o jardim, o guiou até lá. Junto dos outros quatro, fui até o local, mesmo estando apavorada.
Yann: É só o Sanguis.
"Só o Sanguis".


Yann

Me teleportei para a magnetita de Varrock, e fui em direção a Taverna Lua Azul. Deviam ser umas seis horas da tarde, e eu e Holstenan combinamos de nos encontrar lá para por o papo em dia.
Olhei para os lados, ele ainda não havia chego. Me sentei numa das cadeiras em frente ao balcão do bar, ao lado de John Everyman. Como sempre, ele estava bêbado. Só tive uma oportunidade de falar com ele são, mas aquela conversa foi o suficiente para uma vida inteira. Pessoalmente, preferia ele no estado atual.
Tentando tirar alguns segredos do garçom, escutei um curto grito. Me virei, já sabendo o que havia sido.
Holstenan: E lá se vai Jonny Barbudo.
Caminhando até a cadeira disponivel ao meu lado, Holstenan pediu uma bebida ao garçom.
Holstenan: E ai? Como tem sido a vida de professor?
Fazia uma semana desde que minha casa havia se tornado um tipo de hotel, e mesmo fazendo pouco tempo que eles estavam em Guilenor, já havia começado a ensina-los algumas coisas básicas sobre o combate. Nenhum deles me incomodavam, pra falar a verdade. Mahoma sempre estava disposto a conversar sobre o que quer que fosse, e sua fome por aprendizagem chegava a me cansar. Sarah era quieta, e raramente fazia perguntas. Luna tinha medo de quase tudo, mas era fácil perceber que ela estava disposta a mudar. Porém, ao contrário dela, Scarlet era um tanto arrogante. 
Após contar tudo isso, falei sobre minha ideia de leva-los até Kalestri, para aprenderem um pouco de magia e evocação. Kalestri era o mais velho de nós e sempre estudou muito isso, então eu o achava a pessoa mais qualificada.
Holstenan: Com certeza não. Sinceramente, você quer ajudar Luna a não ter medo e quer leva-la até Kalestri? Acho que você bebeu demais hoje, meu amigo.
Suspirei.
Yann: E tem ideia melhor? Eu sinto que vou acabar parando de fazer algumas coisas apenas para ensina-los...
Uma ideia brilhante veio até mim. Provavelmente, meu sorriso entregou tudo, pois rapidamente ele começou a protestar.
Holstenan: Não me meta nisso! Não! Sem chances! Não mesmo!
Yann: Por favor...
Holstenan: Não. Eu tenho coisas importantes pra fazer.
Yann: E você acha que eu não? Vamos, eu já deixei eles ficarem na minha casa... Você poderia contribuir um pouco...
Não demorou muito para ele aceitar. 
Holstenan: Tudo bem... eu ajudo.
Me levantei, comemorando.
Yann: Ótimo! GARAPA DE GRAÇA PARA TODO MUNDO!
O bar comemorou. 
Holstenan: E QUEM PAGA É ELE!
Apontei para o Holstenan, que protestou logo em seguida. O bar continuava a comemorar e, após eu pegar minha garapa, sai do local, rindo.


Mahoma

Apenas eu, Luna e Sarah estávamos "em casa". De tempos em tempos, Yann fazia com que um de nós o acompanhasse para coletar lenha e outros materiais para sua casa. Era uma maneira de pagar pelo espaço que ele nos oferecia, e ao mesmo tempo aprender.
Estávamos na sala de jantar. O silêncio estava me incomodando, então resolvi quebra-lo. 
Mahoma: Quanto tempo acham que vamos ficar aqui?
Luna: Onde? Aqui nesta casa ou... aqui neste mundo?
Mahoma: ... Os dois.
Luna: Acho que... vamos ficar pouco tempo nesta casa e... muito neste mundo.
Sarah: Como vocês acham que vai ser quando voltarmos?
Mahoma: Como assim?
Sarah: Tipo... será que vamos voltar no mesmo tempo que passamos aqui ou... quando voltarmos terão se passado apenas minutos, e agiremos como se nada tivesse acontecido?
Luna: Se fosse a primeira opção, provavelmente teríamos conhecimento de mais alguém que caiu nessa armadilha.
Mahoma: Ou não. Ninguém sabe que fomos para aquela casa.
As duas concordaram.
Luna se levantou.
Luna: Vamos fazer algo!
Sarah: Fazer o que, se não sabemos nada?
Mahoma: Na verdade... sabemos sim.
Fui em direção as escadas, e Sarah foi a primeira a subir. Luna foi em seguida. As duas correram em direção ao ringue de luta numa sala próxima a escadaria.
Luna: Espada ou luvas?
Sarah: Espada.
Cada uma pegou um conjunto de espada e escudo de madeira, e entraram no ringue de luta. Cercado por uma madeira com espinhos, o piso naquele quadrado era cinza, mas diferente do resto da casa.
Mahoma: Lembrando que quando um "golpe mortal" for dado, aquela que foi atingida será teleportada automaticamente para fora do ringue, e a que permanecer será considerada a sobrevivente, ou seja, a vencedora da partida. Comecem!
Diferente do jogo, o golpe mortal na verdade era apenas a "ameaça". Era desse jeito pois aquilo era a vida real, e não ressusitariamos mais tarde.
Sarah parecia saber o básico do manuseio de uma espada, enquanto Luna improvisava totalmente. Mesmo assim, ela parecia estar se virando muito bem. Não demorou muito para Luna ser eliminada.
Ela apareceu no canto da sala.
Entrei no ringue e levantei o braço esquerdo de Sarah.
Mahoma: E A VENCEDORA É... SARAH!
Sem aviso, Sarah me dou um dos "golpes mortais", e fui teleportado para o lado de Luna.
Mahoma: EI! ISSO NÃO VALE!
Ela ria loucamente.
Sarah: Nunca baixe a guarda.
Pudemos ouvir Yann gritar no andar de baixo.
Yann: TEM ALGUÉM EM CASA?
Sarah e Luna guardaram as armas e então todos descemos. Scarlet parecia irritada e cansada, e segurava uma pilha de lenha.
Luna: Você já pensou em decorar aquela escada la em cima? É tão vazio o lugar onde ela fica...
Yann: Ah com certeza! Estava pensando em amanhã ir comprar algumas luzes cor-de-rosas e pendura-las pela escada. Pensei em pendurar algumas coloridas nas paredes também, o que acha?
Luna, percebendo a ironia, respondeu no mesmo tom.
Luna: Por que... em vez de luzes não poe alguns laços? E podia pintar as paredes de amarelo também!
Yann: Você é bem criativa. Vou fazer isso amanhã cedo!
Scarlet, acabando com a brincadeira, largou a lenha no chão, causando um enorme barulho e foi em direção ao quarto enquanto falava de maneira grossa.
Scarlet: Por que vocês são tão infantis? Pra que aprender tudo isso? Vão logo procurar uma maneira de sair, pelo amor de Deus. Que saco vocês.
Sarah tentou correr atrás dela, mas parou no meio do caminho.
Sarah: Mas... Scarlet... Estamos apenas nos divertindo! Qual o problema?
Scarlet: É isso que vocês chamam de diversão? 
Em seguida, ela se trancou no quarto. Sem dúvidas, ela conseguiu me irritar. 
Mais tarde, vi Sarah e Luna conversando. Luna conhecia Scarlet há muito tempo, e ficava realmente magoada quando ela agia assim. Porém, ela havia crescido e sabia que não devia mais se importar com esse tipo de atitude vindo da mais velha, mas, mesmo negando, eu sabia que Luna ainda sentia uma pontada de tristeza ao ver essas atitudes. 
Estava tarde, e estávamos começando a nos preparar para irmos para os quartos. Yann havia construído outros três simples quartos para nós, já que não sabíamos quanto tempo iriamos ficar ali.
Estávamos nos levantando quando Yann chamou nossa atenção.
Yann: Ah, e... eu esqueci de contar... Holstenan irá ajudar nas aulas, a partir de amanhã. Avisem Scarlet para evitarmos encrencas.
Segurei o riso. Scarlet com certeza iria reclamar.
Fomos em direção aos respectivos quartos. 
É, definitivamente... Não vamos voltar tão cedo assim.