sábado, 23 de março de 2013

Anjos Caídos - Capitulo 6: Acontecimentos

Eu estava no centro do bosque. Exatamente no centro. Eu não entendia porque eu estava ali, mas de repente tudo ficou escuro, e do nada um tipo de portal surgiu, dando origem a mais dois. Eu fiquei esperando algo acontecer, talvez eu estivesse esperando algo sair deles ou coisa do tipo, mas nada aconteceu. Resolvi entrar em um. Escolhi o do meio, só precisei encostar minha mão nele, para que imagens começassem a surgir, formando uma cena. A cena que se formava era de quando eu pulei a sacada, e um ser com magnificas asas me salvou. Porém, dessa vez eu não era salva. Eu cai e quebrei minha perna esquerda e meu braço e pulso direito, e minha cabeça estava sangrando. Eu me arrastei   até a parte de baixo que tinha em baixo da minha sacada, era possível ver o rastro de sangue que eu formava. Fiquei lá em baixo, morrendo. Ver aquela cena se tornou agoniante, então me afastei do portal. Eu queria ir embora, mas quando eu me virava para ir embora, os portais me cercavam. Cheguei a conclusão que um dos portais era a saída, então entrei no segundo portal. Dessa vez a cena que passava era do incêndio no meu aniversario. Eu podia sentir o fogo por todo o local, queimando tudo. Dessa vez, toda a casa já estava pegando fogo, mas somente depois de uma meia hora os bombeiros chegaram. Eu pude ver meu corpo sendo levado, ele estava sobre uma maca. Eu me afastei, com ainda mais medo. Meu coração batia rápido. 
Meiling: Finalmente, este é o ultimo. Com certeza é a saída!
Então eu pude ver o dia que eu quase fui atropelada, ou de acordo com aquele portal, o dia que eu morri. Na mesma hora que eu me levantei, um carro bateu em mim, me fazendo voar para o meio da rua, e outros dois carros baterem. Várias pessoas ficaram em volta de mim, mas eu já estava morta.
Sai do portal, eu achei que agora eu poderia ir embora, mas quando tentei sair, os portais começaram a girar em torno de mim, cada vez mais rápido  e eu não estava mais no bosque, eu não sabia mais onde estava, comecei a chorar. 
Acordei, suada e desesperada.



Era quarta-feira, e tudo ia bem. Era aula vaga, porém, a coordenadora ficava de olho na nossa turma, pois eramos uma turma muito grande e ela via problema nisso, então não nos deixava fazer nada. Era uma injustiça, mas ela sabia que nós fazíamos bagunça. Quando ela pegava, dava um enorme sermão e chamava a diretora, que nos defendia. Então, para evitar a briga, nossa turma fez um acordo: quando tivesse aula vaga, colocaríamos o lixeiro perto da porta, e sempre iriamos ali, fingir que íamos apontar o lápis ou jogar um papel fora, somente para ver se a coordenadora estava vindo. Se estivesse vindo, falaríamos para o líder da sala, que chamaria a atenção da turma, se a coordenadora perguntasse porque ele estava gritando, ele diria que estava brigando com a turma por algum motivo. O plano só falhava quando alguém esquecia de avisar, ou tentava se virar sozinho. 
Mi-cha estava falando com algumas garotas no fundo da sala, mas como eu não me dava muito bem com as outras, fiquei apenas encostada numa mesa, mexendo no meu celular e escutando a conversa. Alguns meninos estavam jogando no fundo da sala também, no outro lado, enquanto os outros estavam apenas conversando ou mexendo em seus iPads. Um deles foi jogar seu papel de bala no lixo, e logo saiu correndo para falar com o líder de sala. Eu me toquei na hora e avisei as meninas. As outras não se importaram muito, e só foram se sentar depois que Mi-cha foi também. Foi bem rápido, e não precisamos fingir estar levando uma bronca, então fingimos estar com tédio. Mi-cha sentou de lado, se encostando na parede, Matthew começou a mexer no meu cabelo, e eu sacudia a cabeça para ele parar, o que não deu muito certo. Mi-cha começou a rir baixinho daquela cena.
A coordenadora foi apenas até a porta.
Coordenadora: MI-CHA!
Mi-cha se virou para ela, esperando que ela dissesse o que queria.
Coordenadora: ONDE ESTÁ MI-CHA?
Mi-cha levantou a mão
Mi-cha: AQUI!
A coordenadora foi até Mi-cha e falou num tom mais baixo
Coordenadora: Um moço chamado Angelo está aqui, e gostaria de vê-la.
Mi-cha tentou disfarçar sua expressão assustada com uma expressão de surpresa. Eu fiquei apenas observando, tentando não reagir. Percebi que Mi-cha ficou sem uma resposta por um tempo.
Mi-cha: ... Poderia avisa-lo que agora não posso falar com ele?
A coordenadora não pareceu satisfeita, com a resposta. Provavelmente Angelo, ou melhor, Azazel, havia a perturbado muito para tentar tirar Mi-cha da "aula". 
Esperamos um pouco, e a sala voltou a ser a bagunça de antes, mas Mi-cha ficou diferente. Ela parecia pensativa e preocupada. Tentei distrai-la.
Chamei ela, num tom de preguiça.
Meiling: Mi-chaaaaaaaaaaaaa!
Mi-cha: Hã?
Meiling: To com sono. to com fome. to com preguiça. to com sei lá.
Eu estiquei meus braços na minha mesa.
Mi-cha: Ah você ta com sei lá? E o que seria estar com sei lá?
Meiling: Sei lá.
Ela já parecia estar agindo normalmente novamente. 
O sino bateu, e o professor entrou na sala, ficou uns 10 minutos chamando a nossa atenção e zoando um pouco com a gente, depois ele começou a explicar a matéria. Ele queria atenção total pois aquilo era fundamental, de acordo com ele.
Eu estava encostada na parede com o caderno no colo fazendo algumas anotações sobre a matéria, quando percebo que algo pousou dentro do meu penal. Comecei a mexer nele, até que achei um papel bem dobrado. Tirei o papel do penal, e coloquei no colo, junto com o caderno. Quando o professor parou de pedir para nós anotarmos, comecei a desdobrar o papel, que dizia: "saiam pelos fundos". Discretamente, concordei com a cabeça, amassei o papel e coloquei no penal. 
Aquela era a ultima aula, e pouco tempo depois o sino bateu. Fiquei enrolando um pouco pra guardar meu material. Acabou que eu e Mi-cha eramos as ultimas dentro da sala. As serventes estavam nos esperando. Antes de descermos, achei melhor avisar Mi-cha.
Meiling: Vamos pelos fundos.
Ela apenas concordou com a cabeça.
Saímos. Resolvi acompanha-la até sua casa, para garantir que nada acontecesse. Acabou que ela me forçou a entrar, mesmo eu dizendo que não. Ela queria mostrar o que estava aprendendo. Ela queria lutar comigo, então resolvi pegar leve. Ela não sabia dar os golpes direito, mas tinha muita força. Acabou que eu estava lutando com a minha força normal, e perdi pra ela. Ela não era a melhor, mas tinha uma grande força.
Fiquei mais um pouco com ela, e fui embora. Sempre atenta, para ter certeza que eu não estava sendo seguida.
Quando cheguei, fui direto tomar um banho e depois fui treinar um pouco. 
Só depois que eu cheguei no bosque, que eu percebi que hoje Matthew não havia me seguido ou coisa do tipo. Eu estava completamente só. 
Me aproximei do lago, e respirei fundo.
Pensei em voz alta
Meiling: Vamos lá Mei... É só se concentrar.
Fechei os olhos, e estiquei minha mão sobre o lago. Resolvi treinar com o elemento água  pois era o que tinha menos probabilidade de eu machucar alguém.
Meiling: Crystal Aq...
Não consegui terminar o feitiço, alguém me puxou pelo braço e me jogou no chão. Demorou alguns segundos para eu entender o que estava acontecendo.  Quando eu estava tentando me levantar, fui arrastada até a borda do lago, alguém estava tentando me afogar. Pude ver o reflexo na água, era Matthew. Eu sabia que eu tinha prometido confiar nele, mas ele estava tentando me afogar.
Ele me segurava forte, estava começando a me machucar. Eu consegui fazer com que ele me soltasse, e o chutei com força suficiente para ele cair na água. Abri minhas asas e voei pra dentro do bosque. Quando eu achei que estava numa distancia o suficiente, escondi as asas e me encostei numa arvore. Fiquei relembrando a cena. Uma lagrima começou a escorrer pelo meu rosto.
Pude escutar alguém falar comigo
Alguém: Não chore.
Comecei a olhar por todos os lados.
Alguém: Ei! Não chore. 
Quando eu percebi, tinha um homem na minha frente, me impedindo de fugir. Não era Matthew. Eu o conhecia, mas não sabia seu nome. Ele me obrigou a olhar em seus olhos.
Alguém: Não chore... apenas... olhe para mim. Olhe em meus olhos.
Seus olhos começaram a ficar negros. Eu estava começando a ficar tonta, percebi que ia desmaiar. Pude ouvir uma risada sombria, e então eu realmente desmaiei. 



Era de madrugada. Abri uma das gavetas que tinha dentro do meu armário e peguei uma foto. Sentei no chão do meu quarto, me encostei na parede. A luz da lua iluminava parte do local. Comecei a olhar a foto. Minha mãe havia tirado aquela foto quando eu e meu pai fomos treinar, no fim da tarde. Foi a ultima foto que tiramos. 
Eu disse para mim mesmo
Matthew: Pai... eu prometo. Eu vou protege-la... Eu vou protege-la por você pai!
Comecei a chorar. Eu odiava chorar, sempre achei que me fazia parecer fraco.
Acabei dormindo ali mesmo, sentado e segurando a foto.





Perdeu o capitulo 1 de Anjos Caídos? Então clique aqui.
Perdeu o capitulo 2 de Anjos Caídos? Então clique aqui.
Perdeu o capitulo 3 de Anjos Caídos? Então clique aqui.
Perdeu o capitulo 4 de Anjos Caídos? Então clique aqui.
Perdeu o capitulo 5 de Anjos Caídos? Então clique aqui.
Para acessar o dicionario de Anjos Caídos clique aqui.